Fortes emoções
Quando soube não acreditei. Tive que ver com os próprios olhos. Corri para a banca de jornal mais próxima. E vi: a Mônica beijou o Cebolinha. A Mônica beijou o Cebolinha, minha gente! Foi um selinho, é verdade; mas que beijou, beijou. Ato consumado na quarta edição da nova revista ‘Turma da Mônica Jovem’.



Confesso que fui tomado por um misto de surpresa e incredulidade - como se minha antiga inocência fosse maculada.

Não existe mais bobo nas histórias em quadrinhos. Cebolinha (agora Cebola) e Mônica cresceram, e estão ‘ficando’.

“Sempre existiu um clima entre eles”, disse-me uma amiga.

Clima entre eles? Como nunca percebi isso? Intuição feminina de menos? Talvez.

Como se não bastasse fico sabendo também que o Cascão toma banho, e a Magali controla a comilança.

“Eu não quero saber dessa história. Eles serão para sempre crianças para mim. Não deveriam crescer.” – protestou outra amiga de redação.

Agora só falta o Rolo levar um fora da Tina, o Penadinho ressuscitar, o Anjinho fazer diabruras, o Chico Bento ir bem na escola, a Juventus ser campeã da Liga dos Campeões da Europa, o meu querido Moleque Travesso conquistar a Copinha São Paulo, ou a turma do Mustafá voltar ao comando do Palmeiras.

Aí já é demais, alguém vai dizer. Não é não. Se o Cebolinha, que sempre apanhou, ganhou um beijo da Mônica, tudo passa a ser possível.

Mas que o garoto, que agora troca o ‘r’ pelo ‘l’ só quando está nervoso, não se empolgue: ao menor sinal de assanhamento vai tomar coelhada na cabeça